Para quem pensa que conhece o maldito Rio de Janeiro, vou afirmar; só conhece o maldito Rio aquele que conhecer todas as suas classes e camadas. Essa sociedade é dotada de segmentos, cujas portas sempre se escancaram para aqueles que privilegiam os agentes dos sistemas, e assim, terão sua recíproca.
Na área 27 temos uma facilitação e favorecimentos incalculáveis; e, se houvesse dignidade na administração local, eles nos isentariam de todos os impostos chamados de LEGAIS.
Na área 27 somos 2.900 (dois mil e novecentos) motoboys, cada um pagamos 30 (trinta) reais pelo uso do colete a milícia, e mais 90 (noventa) reais do arrego da área 27. Assim sendo, pelo menos, temos o perímetro da garantia, onde não precisamos de habilitação, nem mesmo de veículo algum legalizado; detalhe enlouquecedor; este pagamento é SEMANAL.
Sabemos a margem da infração que nos cabe, entretanto porém, não considero justa a taxação que a nós, das comunidades, é imposta e sugestionada, como aqueles que não pagam água, luz elétrica, e outras taxações opressoras igualmente, do lado engravatado e fardado; pois não é justo pagarmos tributo aos dois lados; quem nos critica com o jargão de favelados, é porque não vive entre duas fardas e duas armas como nós.
Nós também precisamos prover o sustento, tanto pessoal, quanto de nossos filhos e esposa. Ponham na ponta do lápis, e verão que nossos tributos superam os de qualquer outros bairros, chamados de nobres. Todos os comerciantes também são obrigados a pagarem taxas fixas; ninguém trabalha sem pagar caro.
Atente, no ano de 2021, o Guanabara pagava mensalmente 50 mil reais (cincoenta mil). A Supervia também tem que pagar, senão, as passagens dos calotes serão liberadas, mas pagando, o poder paralelo, que aqui é visto como principal, proíbe os calotes.
Parem um instante e calculem os valores já prescritos nesta narrativa, e atentem se estas organizações poderão ser detidas (não que seja isto o motivo da escrita), e tenham em consideração de que o valor e os fatos mencionados, de forma alguma, chegam nem mesmo a 1% (um por cento) dos fatos, quer em valores, quer em contribuintes.
Já passou de hora do “estado” reconhecer a perda, e parar com as opressões aos que são chamados aos impostos duplos. Aqui, os que deveriam devolver em benfeitoria os impostos, não entram; excepcionando apenas, quando se trata de virem nos prender por falta de pagamento de Pensão Alimentícia, mas nenhum juíz nunca nos perguntou o motivo da inadimplência; mas eu respondo mesmo assim: temos despezas que vocês não têm.
Autor: (-1/1000, vítima de dois poderes)